
Em uma noite de tática e emoções contidas no Paraguai, Libertad e River Plate protagonizaram um empate sem gols que deixou o confronto da Copa Libertadores totalmente em aberto. O resultado, que para muitos foi um reflexo da solidez defensiva de ambas as equipes, serviu como um prelúdio tenso para a decisão que se aproxima em Buenos Aires. O estádio Defensores del Chaco foi o palco de uma batalha onde o jogo de xadrez tático prevaleceu, com o técnico do River Plate, Marcelo Gallardo, enfrentando a estratégia bem montada do time paraguaio.
A primeira etapa do confronto foi marcada por um Libertad que se impôs em seu próprio território. Com uma marcação agressiva e uma organização defensiva que sufocou as tentativas de criação do River, os donos da casa conseguiram controlar o ritmo do jogo. O River Plate, apesar de sua tradição ofensiva, encontrou dificuldades para romper a barreira paraguaia. O momento de maior perigo veio dos pés de Hugo Fernández, cuja finalização testou a agilidade e a experiência do goleiro argentino Franco Armani. A defesa de Armani, segura e decisiva, foi fundamental para manter o placar inalterado e evitar que o Libertad conquistasse uma vantagem preciosa. A postura do time paraguaio demonstrava um conhecimento profundo de suas limitações e fortalezas, explorando a velocidade nos contra-ataques e a compactação na defesa para neutralizar o poderoso ataque do River.
A volta para o segundo tempo trouxe uma mudança radical na dinâmica da partida. Marcelo Gallardo, reconhecendo a necessidade de alterar a inércia do jogo, realizou três substituições estratégicas que transformaram completamente a cara do River Plate. As entradas de Juanfer Quintero, Nacho Fernández e Sebastián Driussi injetaram uma dose de criatividade e agressividade no meio-campo e ataque dos argentinos. Quintero, em particular, com sua visão de jogo e passes precisos, começou a desmontar o esquema defensivo do Libertad. A equipe argentina, que antes parecia estagnada, passou a dominar a posse de bola e a criar oportunidades em sequência.
O segundo tempo foi, em essência, um monólogo do River Plate. Os argentinos, motivados pelas substituições, pressionaram o Libertad de maneira incessante. O goleiro Martín Silva, do time paraguaio, tornou-se o grande destaque da partida, com defesas impressionantes que garantiram o empate. Por diversas vezes, o arqueiro uruguaio impediu o que seriam gols certos, frustrando os atacantes do River Plate e mantendo viva a esperança de sua equipe. A torcida, que antes estava animada com o desempenho do primeiro tempo, assistiu com apreensão à pressão argentina, contando com a sorte e a habilidade de seu goleiro para segurar o resultado.
Apesar de todas as investidas e da clara superioridade do River Plate no segundo tempo, o gol não saiu. O 0 a 0 final, apesar de não ter um sabor de vitória, pode ser considerado um bom resultado para o Libertad, que agora leva a decisão para o Mâs Monumental. Para o River, o empate fora de casa em um mata-mata de Libertadores é um resultado aceitável, mas que exige uma atuação de gala no jogo de volta. A partida de retorno, marcada para a próxima quinta-feira, promete ser um espetáculo à parte, com o River Plate jogando em casa, diante de sua apaixonada torcida, e o Libertad buscando uma façanha histórica. A definição da vaga para as quartas de final da Libertadores, onde o provável adversário é o Palmeiras, está mais viva do que nunca, e o futebol sul-americano agradece por um desfecho tão emocionante e imprevisível. Este empate nos lembra que na Libertadores, a história é escrita em cada lance, em cada defesa, e em cada decisão tática.