
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) definiu nesta segunda-feira, 11 de agosto de 2025, uma data para apresentar o primeiro modelo do Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF), também conhecido como Fair Play Financeiro. O anúncio marca um avanço significativo na agenda da entidade para promover maior equilíbrio e transparência na gestão dos clubes brasileiros. A proposta deverá ser divulgada em 26 de novembro, durante o CBF Summit, em São Paulo.
O momento simbólico foi reforçado pelo presidente da CBF, Samir Xaud, que ressaltou a urgência de construir “um ecossistema financeiro do futebol autossustentável, onde a gente sane as dívidas e tenha um futebol limpo, sem o doping financeiro. Só quem ganha com isso é o futebol brasileiro como um todo”. A formalização da data também foi amplamente repercutida por diversos veículos, como CNN Brasil, Poder360 e Terra.
O encontro, realizado no Rio de Janeiro, contou com a participação de 44 representantes: 34 clubes das Séries A e B e 10 federações estaduais. Liderando o Grupo de Trabalho (GT) está Ricardo Gluck Paul, vice-presidente da CBF e presidente da Federação Paraense de Futebol, escolhido para coordenar o processo de elaboração do modelo.
Entre os presentes, esteve Fábio Mota, presidente do Vitória, que destacou uma preocupação recorrente entre os dirigentes: “a recuperação judicial, que se virou uma praga nos clubes no Brasil porque o clube se endivida, depois pede a recuperação judicial e não paga o que deve”. Outra voz relevante foi a de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, que afirmou que “o fair play financeiro pode tornar nosso futebol mais igualitário”, sinalizando que esse é tema essencial para o futuro do esporte nacional.
O economista César Grafietti também contribuiu à discussão sobre os objetivos do modelo: “manter o equilíbrio da indústria do futebol por meio da saúde financeira dos clubes”. A expectativa é que o documento contemple boas práticas, como limites de gastos em relação à receita, quitação de dívidas em atraso, maior transparência e mecanismos de sanção, alinhados a modelos europeus usados há décadas.